O Okavango é um peculiar rio africano. É conhecido como "o rio que não encontra o mar". Não desagua. Não tem foz. Em vez disso, as suas àguas poderosas e incrivelmente límpidas simplesmente desaparecem no meio do deserto do Kalahari, num fantástico labirinto de milhares de lagoas, ilhas e canais. O Delta do Okavango, o maior e mais belo oàsis do mundo, espalha-se por 15 000 km2 de azuis e verdes que não existem em paletas nenhumas. Visto do espaço assemelha-se a uma enorme esmeralda perdida no meio do deserto. As àguas do Okavango, apesar de não irem para lado nenhum, suportam uma míriade de formas de vida luxuriante, que nela apazigua a sua monumental sede primordial. É como se o rio, deslumbrado, se deixasse ficar a assistir às suas proezas e desistisse de chegar ao mar.
Afinal, ao mar chegam os outros todos.
Eu não conheço o delta do Okavango, mas conheço a Marta.
E a Marta é um Okavango, para melhor.
Feliz aniversário, Marta.