A gente ouve e não acredita:
Então a Procuradoria Geral da República forma em Lisboa uma equipa especial - o CSI Lisbon - cheia de Cristiano Ronaldos de toga, chefiados pelo implacável e incorruptível Zorro, dedicados dia e noite a caçar os malandros do Apito Dourado; investigam sem olhar a gastos; escutam o próprio diabo no inferno; acusam o Pinto de Sousa de 144 crimes !!! (não é gralha, é mesmo uma grosa - 12 dúzias) e no final o tipo é absolvido de... tudo...(zerinho).... em 5 minutos?
Isso é que é olho, hein. Que seleção!
Além do facto de que o golpezinho associado à bola, que até faz parte do folclore próprio da actividade, apenas interessa ao doente da dita e não é prioridade de nenhuma investigação criminal séria, o que ressalta desta ópera bufa e cara é que alguém tirou o curso de Processo Penal nas Novas Oportunidades. Ou foi a Acusação ou o Tribunal..
Se fosse tourada, haveria corte de rabo e orelha e volta à arena.
(Não tenho a certeza mas provavelmente este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico. Quem perceber da poda que se atravesse.)
Mentiras, ora vibrantes ora piedosas, sobre viagens nunca feitas, em universos paralelos e outros locais manhosos e mal iluminados.
15 junho 2010
12 junho 2010
Apita o combóio
Vai um cristão, na boa, comendo demoradamente as curvas da Nacional 103, rente ao Tâmega e sente que algo não bate certo quando um carreiro de cabras, que bordeja o largo fluvial, pula para a margem contrária servindo-se despudoradamente de uma imponente ponte de cantaria, toda ela volutas e arquivoltas, com ar de ser ainda do tempo da realeza e de ter custado ao tesouro copiosa soma de contos de reis.
Está-se nesta estranheza e, comida outra dúzia de curvas, o mais natural é que não se encontre estacionada no jardim de uma vivenda, uma locomotiva a vapor Henshel Sohn, de 1925, devidamente atrelada do seu vagão da passageiros. Mas encontra-se.
Mau! Se me aparece uma placa a dizer "Tâmega Estação C.F." eu paro para tirar isso a limpo.
E ei-la. Não há como não parar.
Lembro-me então que a Linha de Caminho de Ferro do Corgo, prodígio da engenharia coeva, ligava Chaves à Régua, até que em 1990, o troço Vila Real-Chaves foi desactivado e votado criminosamente ao abandono. Quem se lembra dela, afiança que a viagem era inesquecível.
Tudo acaba então por se explicar:
- a vivenda...aliás, vivendas geminadas, lindíssimas, mais não eram do que a antiga estação do Tâmega, hoje propriedade privada;
- a ponte que serve o carreiro é uma antiga ponte ferroviária;
- e a locomotiva está lá porque o seu lugar é na estação, comme-il-faut.
E ainda bem que está lá, para nos fazer corar de vergonha e lembrar o quão parolos somos: queremos TGVs e não conseguimos sequer manter a merda de um combóio a ir a Chaves.
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