Alguém me disse que, tal como nos filmes, também a nossa vida tem uma banda sonora. Subscrevo.
Suspeito que a banda sonora da minha humilde existência seria uma espécie de "best of" do Rui Veloso. Tal como, acho, o seria na de um grande punhado de portugueses, independentementede de credo ou raça.
E o curioso é que, no meu caso, assim seria não por ser um especial aficionado do tipo de música. Vou gostando, mas não trepo paredes.
O que sucede, na verdade, é que, nos montes e vales do meu filme, sempre se há-de tropeçar numa musiquinha do Rui Veloso, tão omnipresente como Sancho Pança ao lado de D. Quixote.
Dias houve em que tive a nítida sensação que o Carlos Tê me seguia, de caneta e bloco em punho, e, volta e meia, telefonava ao parceiro para lhe dizer baixinho "oube lá esta letra, pá, que acabei de sacar".
Também eu, decepcionado, já pedi de volta os Falcões e os Mandrakes. Também eu, até ser despejado, morei em livro de aventuras alheios. E, além disso, nem quero ouvir falar do meu lado lunar.
Porém, o concerto de ontem foi mesmo uma bosta. Safou-se o moço do órgão Hammond.
Desta vez não cumpriste, pá. Faltaste ao prometido.
Vá lá, desta vez passa.
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